terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sobre a Comissão Especial de Astronomia (CEA) - II

por Márcio A. G. Maia (postado no Fórum da SAB, em 23/10/09)

A discussão sobre representatividade na CEA é causada em parte por uma indicação esdrúxula envolvendo agências de fomento, sociedades científicas não afins e representantes de UPs. Este frankenstein só podia dar em confusão.

No entanto, acho que devemos aproveitar esta primeira oportunidade de uma discussão que poderá engajar toda a astronomia para traçar seu planos futuros. Só temos que aprimorar o processo.

Na reunião do Rio, foram questionados pontos como:

  • Representatividade e legitimidade da CEA em sua atual configuração, uma vez que ninguém soube explicar os motivos e critérios adotados pelos orgãos que indicaram os nomes;
  • Representatividade concentrada na USP e UFRGS;
  • Falta de um planejamento e metodologia claros sobre as ações da CEA;
  • Pedido para reuniões regionais serem transmitidas para que o restante da comunidade tome ciência;
  • Pedido de criação de painéis com temas relevantes como: projetos temáticos, temas científicos  para proxima década, tecnologia e informação, memória e divulgação, entre vários outros. Um grupo de 3-4 pessoas redigiriam as propostas de cada painel após ampla discussão. Membros redatores, por exemplo, só poderiam estar em um painel para distribuir o trabalho e não recair tudo sobre aqueles poucos de sempre. Participação é livre de que tenha a contribuir em qualquer um dos painéis.
Quanto algumas mensagens veiculadas no fórum, vejo colegas solicitando maior representatividade do IAG numa comissão que já está com com duas pessoas de seu quadro.

No momento que esta CEA demonstrar em seu planejamento que suas atividades serão inclusivas e transparentes, esta tensão será diminuída. O problema é que em sua primeira reunião, membros da CEA partiram para defesas de projetos A, B, e C, ao invés de se concentrarem em elaborar um processo amplo de discussão. É por estas e outras que a sua representatividade é questionada, pois dá a impressão de um forte lobby de uns poucos setores.

Por estes motivos, a CEA, ao invés de decisória, deve atuar como mediadora, fomentadora das discussões, envolvendo painéis, white papers, fóruns, e o que for preciso.

As agências financiadoras devem participar no final do processo. O que CAPES e CNPQ teriam a dizer se a ciência a ser estimulada é galáctica, planetária, extragaláctica, ou em qualquer outra área? Isto é uma discussão entre astrônomos. No momento a representatividade de agências financiadoras é balela. Além de CAPES e CNPq, devem participar no final, FINEP, FAPs. Apresentando um plano a estas agências, após uma discussão bem coordenada, certamente teremos como angariar mais fundos para os projetos.

Uma discussão mais aprofundada sobre as UPs do MCT, que deveria ter sido feita em uma fase preliminar (pre-CEA) e não foi levada a cabo de forma condizente, poderia ter continuidade para se tratar de problemas específicos destas unidades, os quais foram levantados em várias ocasiões.

Isto não é tudo, mas se mudarmos o foco um pouco da questão de representatividade e a CEA deixar claro seus planos, uma boa iniciativa pode ter continuidade.

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